A revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, que em 2025 celebra 125 anos e é uma das mais importantes publicações científicas internacionais sobre doenças infecciosas, deu um passo decisivo na promoção da ciência aberta: publicou no final de maio no site do periódico dois primeiros artigos com revisão por pares aberta (leia os artigos aqui e aqui). A publicação é uma das primeiras do Brasil a adotar a prática e mais uma vez se coloca, assim como a Fiocruz, na vanguarda da ciência aberta.
A revisão por pares aberta torna público e visível a todos os leitores um debate entre revisor e autor que antes era oculto. O processo é o seguinte: ao receber um artigo para publicação, o editor do periódico envia o trabalho para um especialista da área. Este vai emitir um parecer com avaliação e questionamentos. O parecer é encaminhado para o autor, que responde ao revisor, dando explicações, fazendo ajustes no artigo ou expondo dados de novos experimentos realizados para solucionar dúvidas. São idas e vindas entre autor e revisor até a aprovação do artigo ou a recusa do periódico para publicação. Com a abertura da revisão por pares, pareceres do revisor e respostas do autor são publicados junto com o artigo científico.
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“Isso aumenta a transparência do processo editorial. Os leitores podem analisar se o trabalho foi bem avaliado, e os revisores tendem a ser mais meticulosos nos seus pareceres. Indiretamente, a revisão por pares aberta contribui para a qualidade da revista e da ciência”, afirma o editor chefe de ‘Memórias’, Adeilton Brandão.
Assista ao vídeo com Adeilton Brandão