A medicina e o Holocausto

Blog HCS-Manguinhos

Na foto, médicos acusados de atrocidades no regime nazista no julgamento de Nuremberg. Alemanha, 25/11/1946. (Fonte: The Lancet)

 

Não foram apenas alguns médicos fanáticos que, durante o nazismo, cometeram atrocidades na Alemanha e em territórios por ela ocupados durante a Segunda Guerra. Identificar mitos como este, descrever e analisar as evidências históricas que os refutam, esclarecer suas implicações hoje e desenvolver formatos adequados para o ensino são os principais objetivos da Comissão Lancet sobre Medicina e o Holocausto, formada em janeiro de 2021. 

Para apresentar a iniciativa e discutir o tema, o Blog de HCS-Manguinhos internacional convidou Volker Roelcke, professor de História da Medicina da Universidade de Giessen, Alemanha, e codiretor da Comissão.

“Os médicos estiveram envolvidos em atrocidades em muitos níveis, como a autorização científica do racismo, a esterilização forçada de pessoas definidas como portadoras de doenças hereditárias, a morte sistemática de pessoas diagnosticadas como ‘indignas de viver’ e programas de pesquisa com seres humanos forçados e em espaços desregulamentados, como asilos psiquiátricos, campos de concentração e hospitais nos territórios ocupados pelos alemães. Está amplamente documentado que as atrocidades em massa no campo da medicina não foram atividades de médicos isolados e fanáticos, mas ocorreram com a participação substancial de importantes representantes da comunidade médica e de instituições médicas e no contexto de um dos mais avançados sistemas de medicina”, afirma o historiador.

Leia, em inglês, a entrevista no Blog de HCS-Manguinhos internacional, na qual ele também aborda o termo “genocício”: Medicine during the Nazi period and the Holocaus

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