HCS-Manguinhos seleciona artigos que contam a história da enfermagem no Brasil

12/05/2023
Luisa Picanço

O Dia internacional da enfermagem é comemorado no dia 12 de maio. No Brasil, a data também marca a Semana da Enfermagem. A Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou, em 2021, orientações estratégicas até 2025 sobre profissionais de enfermagem e obstetrizes que envolvem as seguintes áreas: educação, oportunidades profissionais, apoio para a liderança e atuação destes profissionais.

A enfermagem brasileira em 2023 obteve um importante passo para fortalecer seu protagonismo entre as profissões de saúde por meio da assinatura do Presidente da República em projeto de lei para aumento do piso salarial. Para se ter dimensão da representatividade da enfermagem no Brasil atual, dados do Conselho Federal de Enfermagem (CoFEm) apontam que os profissionais (enfermeiros, obstetrizes, técnicos em enfermagem e auxiliares de enfermagem) ultrapassam a marca de 2 milhões e 800 mil pessoas.

Foi diante desta quantidade expressiva de profissionais, que a revista HCS-Manguinhos fez uma seleção especial para a data. A começar por um tema tanto urgente, quanto antigo. Um resgate histórico de protagonistas negras na enfermagem. É o caso da enfermeira Lydia das Dôres Matta, com uma história que mostra que a “negligência em relação ao protagonismo negro feminino encontra ressonância em outras experiências de mulheres com enormes feitos que morreram no ostracismo, enfermeiras ou não.” O trecho em questão faz parte de um artigo de 2019 escrito por Paulo Fernando de Souza Campos e Alessandra Rosa Carrijo, intitulado “Ilustre inominada: Lydia das Dôres Matta e enfermagem brasileira pós-1930.”

Outra liderança da enfermagem, também negra, no Brasil, é Maria de Lourdes Almeida. Sua história, assim como de Lydia, são referencias para a história brasileira em si. Em trecho do artigo publicado em 2013 chamado “Memorial de Maria de Lourdes Almeida: história e enfermagem no Brasil pós-1930”, o autor Paulo Fernando de Souza Campos esclarece que “os aspectos da vida de Maria de Lourdes Almeida desvelam a atuação e a resistência negra, afrodescendente, na construção da cidadania multicultural e multirracial do Brasil, bem como a participação ativa dos negros na formação e no desenvolvimento da enfermagem legitimamente brasileira”.

Da mesma forma que é importante fortalecer tanto a profissão, quanto as lideranças históricas (e atuais) na enfermagem brasileira, é urgente entender melhor a produção acadêmica em enfermagem para contribuir com a educação neste campo. Por isso, destaca-se ainda o texto de Maria Itayra Padilha e outros autores chamado “Tendências recentes da produção em história da enfermagem no Brasil” de 2013. Entre os resultados, a equipe relata que em 2013 existiam “394 artigos específicos de história da enfermagem nos temas identidade profissional, educação, institucionalização, especialidades e entidades organizativas.”

No dia 5 de maio foi comemorado o dia internacional das parteiras, profissional essencial na área de Saúde Materno Infantil e Obstetrícia. Sobre o tema, o destaque da HCS-Manguinhos foi para a pesquisa histórica de Tânia Maria de Almeida Silva e Luiz Otávio Ferreira de 2011 chamada “A higienização das parteiras curiosas: o Serviço Especial de Saúde Pública e a assistência materno-infantil (1940-1960)” em que os autores comentam sobre o papel das parteiras na assistência à saúde que superam suas áreas originais e chegam até aos cuidados sanitários.

O tema de enfermagem requer aprofundamentos e discussões que ampliem o conhecimento para áreas multidisciplinares. Outros textos selecionados pela equipe da HCS-Manguinhos que contribuem para o entendimento da profissão foram:

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