Epidemiologia da paracoccidioidomicose na Venezuela é tema de artigo de Memórias do IOC

27/10/2021
Portal de Periódicos Fiocruz*
Epidemiologia da paracoccidioidomicose na Venezuela: um estudo retrospectivo de 1954 a 2019. Publicado em Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, o artigo é assinado por pesquisadores do Instituto Autónomo de Biomedicina Dr Jacinto Convit, da Universidad Central de Venezuela e pela Universidade de Brasília.
 
Os resultados apontam que, de 31.081 prontuários de pacientes de dois centros de referência durante 65 anos, o diagnóstico foi confirmado em 745 pacientes, sendo a forma crônica da doença mais prevalecente (+ 90%). Além disso, pulmão e pele foram os órgãos mais acometidos, seguidos das manifestações orais. Os homens foram mais atingidos e a faixa etária mais afetada foi de 41 a 60 anos. A agricultura e construção foram as ocupações mais prevalentes e o estado de Miranda, na Venezuela, teve uma prevalência mais elevada.
 
Ns manifestações clínicas observadas, as informações sobre a epidemiologia e o perfil molecular são essenciais não só para o diagnóstico, mas também para a compreensão das respostas terapêuticas às drogas micóticas e do prognóstico. Portanto, é necessário sequenciar todas as cepas isoladas positivas para confirmar a dominância de P. venezuelensis na Venezuela.
 
O que é paracoccidioidomicose? 
 
De acordo informações do Ministério da Saúde, a paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica endêmica da América Latina. Os agentes etiológicos são espécies de Paracoccidioides que divergem filogeneticamente na América do Sul. Essa doença representa uma das dez principais causas de morte por doenças infecciosas e parasitárias, crônicas e recorrentes, no país.
 
Esse tipo de micose é altamente prevalente em áreas rurais, afetando pacientes com baixo nível socioeconômico e levando a condições clínicas potencialmente fatais.  exposição ao fungo está relacionada com o manejo do solo contaminado, como em atividades agrícolas, terraplenagem, preparo de solo, práticas de jardinagem, transporte de produtos vegetais, entre outras. A maioria dos indivíduos que adoeceram com a PCM apresenta história de atividade agrícola exercida nas duas primeiras décadas de vida. 
 
No artigo de Memórias, os autores afirmam que foram relatados casos de PCM em áreas urbanas ligadas a construções, urbanização recente e pacientes com imunossupressão subjacente. Acesse aqui.
 
 
*com informações de Memórias do IOC e Ministério da Saúde

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