Você sabe o que é linkage de dados?

15/10/2015
Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz

 

Você sabe o que é linkage de dados? A editora da revista Cadernos de Saúde Pública (CSP), Cláudia Medina Coeli, explica que esta técnica permite a identificação e vinculação de dados de um mesmo indivíduo armazenados em diferentes bases. Segundo ela, há um interesse crescente em utilizá-la, pois são muitas as possibilidades de aplicação do linkage de dados na pesquisa, vigilância e avaliação em saúde. “Acompanhando a tendência internacional, observamos um crescimento da submissão de artigos a CSP que empregam técnicas de linkage de dados. Entretanto, são raros os estudos que relatam a qualidade do processo”, diz. Em editorial do volume 31, número 7 da revista,  Claudia afirma que "o maior desafio para a avaliação da qualidade de processos de linkage é a disponibilidade de um padrão ouro". Ela aponta alternativas e recomenda que os artigos submetidos à revista sigam duas diretrizes para o emprego da técnica.

Esta edição de Cadernos traz ainda o estudo Tradução e adaptação de um questionário elaborado para avaliar a segurança do paciente na atenção primária em saúde, dos pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) Simone Grativol Marchon  e Walter Vieira Mendes Junior, que descreve as etapas de tradução e adaptação do questionário do Primary Care International Study of Medical Errors (PCISME). Esse instrumento visa identificar incidentes ocorridos com pacientes na Atenção Primária em Saúde (APS), no contexto destes serviços, em uma microrregião de saúde no Estado do Rio de Janeiro. Para esse processo, foi organizado um painel com especialistas, que adaptaram o questionário por meio do método Delphi modificado. O instrumento adaptado pode contribuir para produzir informações específicas na APS, de modo a fortalecer iniciativas nacionais para a melhoria da segurança do paciente.

Constrangimentos e oportunidades para a implementação de iniciativas intersetoriais de promoção da saúde: um estudo de caso é o título do artigo da pesquisadora da Ensp Rosana Magalhães, que analisa a implementação de ações intersetoriais previstas nos programas Bolsa Família, Saúde da Família e Saúde na Escola, em Manguinhos, Zona Norte do Município do Rio de Janeiro. De 2010 a 2011 foram realizadas 25 entrevistas com gestores, profissionais e técnicos, observação local e levantamento documental. Com base neste estudo de caso exploratório e de natureza qualitativa foi possível identificar e analisar constrangimentos e oportunidades para a implementação de experiências intersetoriais e, desta maneira, contribuir para a reflexão em torno da efetividade de programas voltados à promoção da saúde e redução da pobreza.

O artigo Carga de doença no Brasil e suas regiões, 2008, de autoria de Iuri da Costa Leite, Joaquim Gonçalves Valente, Joyce Mendes de Andrade Schramm, Regina Paiva Daumas, Raulino Sabino da Silva, Mônica Rodrigues Campos, Jurema Corrêa da Mota, da Ensp; Roberto do Nascimento Rodrigues, da Fundação João Pinheiro, Maria de Fátima Santos, do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e Andreia Ferreira de Oliveira, da Fundação Cesgranrio, fala sobre o DALY (anos de vida perdidos ajustados por incapacidade), indicador de estudos de carga de doença, foi estimado para o Brasil em 2008. Entre os principais resultados, observam-se maior carga de doença no Norte e Nordeste e preponderância das doenças crônicas não transmissíveis em todas as regiões do país, em particular as doenças cardiovasculares, os transtornos mentais, com destaque para a depressão, o diabetes e a doença pulmonar obstrutiva crônica. Também chama a atenção a elevada carga dos homicídios e dos acidentes de trânsito.

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