Compreender as diferentes trajetórias socioambientais da Amazônia a partir de uma perspectiva multidisciplinar é a proposta do Suplemento Temático Trajetórias de Síntese: Relações entre Saúde e Ambiente na Amazônia Contemporânea, publicado por Cadernos de Saúde Pública. Organizado por Cláudia Torres Codeço e Antonio Miguel Vieira Monteiro, o fascículo já está disponível na íntegra no site do periódico.
Composto por nove manuscritos, o Suplemento apresenta os resultados teóricos, metodológicos e analíticos do Projeto Trajetórias. Como apontam os organizadores no Editorial, os artigos abordam temas como violência associada a disputas territoriais, doenças vetoriais e segurança alimentar. O temático inclui ainda uma Entrevista com o professor e economista amazônida Francisco de Assis Costa, o Chiquito, que oferece um valioso depoimento sobre sua trajetória intelectual e contribuições para o campo.
Os organizadores também participaram de um episódio especial do Entrevista com Autores, disponível no CSPCast e no YouTube da ENSP, em que discutem a composição do número e os desafios enfrentados ao longo da produção.
Um dos grandes diferenciais do fascículo é a sua construção coletiva, fortemente marcada pela interdisciplinaridade. “Envolveu muita gente, com pessoas de várias instituições e pessoas de vários campos do saber, pesquisadores da economia, pesquisadores da saúde, do meio ambiente”, destacou Codeço no episódio especial.
Essas abordagens multidisciplinar e interdisciplinar não apenas enriquecem o conteúdo do Suplemento, como também evidenciam os desafios metodológicos superados, como a conciliação entre diferentes escalas, terminologias e modos de análise, como a diferença entre os métodos usados para observar a paisagem e os utilizados na epidemiologia.
Diante da realização da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá este ano em Belém, os organizadores do temático destacam a relevância da produção científica para repensar os modelos de desenvolvimento na Amazônia. “As pessoas vivem no bioma, ele é sensível”, conclui Monteiro, ao reforçar a importância de se compreender os territórios como espaços de vida e de vivência.
Acesse o Suplemento Temático completo no site de Cadernos de Saúde Pública.