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Homoparentalidade, pé diabético e saúde pública nas fronteiras: os destaques de CSP

Clara Rosa Guimarães, jornalista de CSP

Quem decide o que é publicado e quais saberes são legitimados na ciência? O Editorial de novembro propõe uma reflexão crítica sobre as desigualdades que atravessam a publicação científica, como as de gênero, raça, classe, território e idioma. As autoras destacam que reconhecer essas assimetrias é um passo fundamental para transformá-las e avançar na construção de práticas editoriais mais plurais, inclusivas e comprometidas com a diversidade de saberes e experiências. 

No Ensaio desta edição, as autoras discutem como eventos extremos, como secas e inundações, afetam o acesso aos alimentos e o estado nutricional de crianças pequenas. O texto propõe um modelo conceitual que articula clima, desigualdades e saúde, além de apontar a necessidade de políticas públicas multissetoriais para proteger a nutrição infantil diante da crise climática. 

A pesquisa Homoparentalidade e os atendimentos de saúde: narrativas de gays e lésbicas investiga narrativas de gays e lésbicas e mostra como essas desigualdades impactam o reconhecimento das diversas configurações familiares. Ao mesmo tempo, o estudo evidencia iniciativas de mudança, indicando que os serviços de saúde também podem se tornar espaços de legitimação, visibilidade e afirmação de novas formas de parentalidade e conjugalidade. 

O estudo Itinerário terapêutico de pessoas acometidas por amputação em decorrência de pé diabético: enredos de (des)cuidado analisou os itinerários terapêuticos de pessoas que sofreram amputação em decorrência do pé diabético em áreas urbanas e rurais de um município de médio porte. Os resultados revelam que vulnerabilidades sociais e fragilidades na Atenção Primária à Saúde atrasam o cuidado oportuno e contribuem para a busca tardia por atendimento. O artigo destaca a urgência de fortalecer a APS, ampliar o acesso a especialistas, investir em educação em saúde e garantir cuidado contínuo, especialmente em territórios rurais. 

No artigo Vigilância e saúde pública nas fronteiras: uma análise dos eventos de notificação imediata no Paraná (2010-2019) foram observados eventos de notificação imediata no Brasil e no Paraná, entre 2010 e 2019, e identificou alta incidência de agravos como malária extra-amazônica, hantavirose, botulismo e óbitos por dengue em áreas fronteiriças. Os autores ressaltam a importância de fortalecer a vigilância epidemiológica, ampliar a cooperação internacional e qualificar a atuação de unidades estratégicas para resposta rápida a emergências em saúde pública. 

O fascículo de novembro de Cadernos de Saúde Pública, com esses e outros artigos, pode ser acessado na íntegra aqui. 

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