BiblioDiversidade: dengue é tema do primeiro programa
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Três cidades brasileiras vão participar da etapa final do método Wolbachia para o combate ao mosquito Aedes aegypti, antes da sua incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS). A nova fase do projeto World Mosquito Program Brasil (WMPBrasil), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com o Ministério da Saúde, será testado nos municípios de Campo Grande (MS), Belo Horizonte (BH) e Petrolina (PE). Para isso, a pasta vai destinar R$ 22 milhões.
A metodologia é inovadora, autossustentável e complementar às demais ações de prevenção ao mosquito. Consiste na liberação do Aedes com o microrganismo Wolbachia na natureza, reduzindo sua capacidade de transmissão de doenças. O anúncio da etapa final de avaliação da Wolbachia, nos três municípios, foi feito hoje (15/4) pelo ministro da Saúde, Henrique Mandetta, durante a abertura do evento Atualização em Manejo Clínico da Dengue e febre do chikungunya e no controle vetorial do Aedes aegypti.
A expectativa é que as primeiras atividades com o mosquito Aedes aegypti infectados com Wolbachia iniciem no segundo semestre de 2019 e tenha uma duração de cerca de três anos. O método é seguro para as pessoas e para o ambiente, pois a Wolbachia vive apenas dentro das células dos insetos. (Leia mais)
Wolbachia na pesquisa
A presença da bactéria Wolbachia em Aedes aegypti é capaz de reduzir a transmissão do vírus da febre amarela nesta espécie de mosquito. O estudo, que resultou no artigo Pluripotency od Wolbachia against Arbovirus: the case of yellow fever, foi supervisionado pelo pesquisador da Fiocruz e líder do World Mosquito Program (WMP) no Brasil, Luciano Moreira. A descoberta foi publicada pela Gates Open Research.
A pesquisa é resultado do trabalho conjunto de pesquisadores de três instituições: Fiocruz Minas, Fundação Ezequiel Dias (Funed) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os cientistas verificaram que, em mosquitos com Wolbachia, a quantidade de vírus da febre amarela foi menor do que nos mosquitos que não possuíam o microorganismo em suas células.
A transmissão urbana da doença por Aedes aegypti não é relatada no Brasil desde 1942. Entretanto, pesquisadores apontam que o risco de reurbanização da febre amarela existe, uma vez que o Aedes está presente na maioria das cidades de clima tropical e subtropical do mundo e foi o principal vetor no passado.
Entre 2016 e 2018 o Brasil enfrentou alguns surtos de febre amarela, arbovirose transmitida pelos mosquitos silvestres dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Houve mortalidade de até 30%. Atualmente, além da febre amarela, o Método Wolbachia é eficiente na prevenção da transmissão das seguintes arboviroses: dengue, zika, chikungunya e febre mayaro. (Leia mais)