Evento internacional reúne pesquisadores para discutir avanços e desafios em torno do vírus que continua se espalhando pelo mundo
Brasil, 11 de novembro de 2015. O Ministério da Saúde declarava que o país estava diante de uma emergência em saúde pública de importância nacional: o aumento dos casos de microcefalia assolava principalmente os estados da Região Nordeste. As causas da malformação congênita eram ainda desconhecidas. A principal suspeita recaiu sobre um vírus que emergia em território nacional, o Zika. Simultaneamente, complicações neurológicas em adultos começavam a ser diagnosticadas em elevados índices, incluindo a Síndrome de Guillain-Barré, uma doença de natureza autoimune que ataca os nervos e músculos. Pouco tempo depois, em 1º de fevereiro de 2016, foi a vez da Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a microcefalia associada ao Zika vírus uma emergência de saúde pública de importância internacional. Agora, um ano após o primeiro alerta, quais os avanços alcançados e quais desafios persistem em torno desse vírus que continua se espalhando pelo mundo?
Para responder a essa e outras perguntas e reafirmar seu compromisso com o avanço das pesquisas em saúde pública, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) promove, em parceria com a Academia Nacional de Medicina (ANM) e Academia Brasileira de Ciências (ABC), o evento internacional "Zika", entre os dias 7/11 e 11/11. O diretor do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), um dos organizadores do encontro, diz que o simpósio vai ao encontro dos esforços da comunidade científica brasileira e internacional em torno de um vírus que já alcançou um grande número de países. "Estamos diante de um vírus com características peculiares, de grande relevância para a região dos trópicos, incluindo o Brasil. E é importante continuarmos atentos aos riscos, pois, além de ter sido relacionado a diferentes alterações neurológicas em crianças e adultos, o Zika vírus pode ser transmitido por mosquito e por via sexual".
A programação inclui os simpósios ‘The Zika menace in Americas: challenges and perspectives’ e ‘One year after the announcement of the national public health emergency in Brazil: lessons, achievements and challenges’. Profissionais e cientistas brasileiros e estrangeiros envolvidos desde o início nos relatos dos casos e nos mais diversos achados até o momento estarão presentes. “A partir da revisão das descobertas feitas nos últimos meses, buscamos avançar em termos de saúde pública e do conhecimento dos efeitos do Zika vírus. A troca de conhecimento contribuirá para estudos de novas estratégias terapêuticas, vacinas ou formas de controle da transmissão do vírus”, ressaltou Marcello Barcinski, pesquisador visitante da Fiocruz e um dos organizadores do evento.
Nos dias 7/11 e 8/11, serão abordados os desafios e perspectivas do vírus Zika para as Américas. Já entre os dias 8/11 e 11/11, os debates serão em torno das lições, conquistas e obstáculos (científicos, econômicos, sociais ou políticos), mas também dos desafios a serem superados no Brasil e no mundo. As apresentações serão realizadas em inglês.
Interessados em participar têm até o dia 25/10 para se inscrever. Especialistas e estudantes de pós-graduação podem compartilhar os resultados de seus trabalhos. O prazo para submissão de resumos vai até 30/10, por meio do email zika@ioc.fiocruz.br.
O encontro será realizado na sede da ANM, no Rio de Janeiro (Av. General Justo, 365, Centro – próximo ao Aeroporto Santos Dumont).
Fonte: Lucas Rocha (Comunicação/Instituto Oswaldo Cruz) (6/10/2016)